top of page
Poesias Iniciais

Decanter: poesia para ler despido

Prólogo

De abandono morrem as palavras num bolso, num nó de gravata, no silêncio da gaveta, num canto esquecido da nuvem. Desprezam o leitor faminto de sonho pra acabar com as solidões. Urge resgatá-las! Um conto, uma história longa, ou um poema esquisito. Uma prosa sem ponto, com perguntas nonsense e soluções de magismo, ou mesmo sem os desejados finais felizes. Uma poesia viva de estranhamentos, convidando a trocar de janelas, poltronas, cenários e a ler versos sob a luz da singularidade. Um emaranhado tonto e todo espanto, que enudeça, eviscere a alma, turve os olhos e transgrida o banal, na crônica do dia de cada um.

PF

Tudo o que lia era fábula. Fantasia indolor de cortes coloridos. Tatuagens perversas em velhas cicatrizes. Tudo o que narrava era sonho. Castelos de cartas em hologramas de enfeitar paredes pardas. Tudo em que acreditava era engano. A novela das nove refletida no espelho de eras atrozes. Tudo o que restava era farelo de memória, no prato faminto da emoção barata.

Gostou e deseja continuar a leitura?
bottom of page