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Capítulo Inicial

Morrer de Sapatos

Prefácio


      A vida está em constante evolução, alguns avanços ocorrem em um curto espaço de tempo, outros mais lentamente, mas sempre ocorrem.

      Se pensarmos em ciclos de 10 anos, a partir de 1900 tivemos décadas com muitas mudanças e outras nas quais estas ocorreram mais vagarosamente.

      Conheço a Ana Amélia desde a década de 1980, quando fomos contemporâneas no curso de Ciências Biológicas e após alguns anos trabalhando e morando em locais diferentes, nos reencontramos em 2006, ficamos amigas e compartilhamos, desde então, várias fases das nossas vidas.

      Sou casada, tenho 3 filhos, 59 anos. De acordo com a OMS e o Estatuto da Pessoa Idosa no Brasil, a partir de maio de 2024 eu serei considerada idosa.

      Essa é a definição, mas, e eu, como me vejo?

      Entendo que sou de uma geração que está tendo a oportunidade de saber que viverá um número maior de anos do que a geração dos meus pais, devido aos avanços da ciência na área médica. Não estou, com isso, dizendo que a geração anterior viveu menos tempo, eles também se beneficiaram muito desse progresso, mas não tinham a mesma noção que tenho, pois muitos desses avanços ocorreram durante o processo de envelhecimento deles, sem que tivessem tempo de se preparar para viver mais.

      De forma que prevendo maiores chances de viver mais tempo, tenho também a possibilidade de tentar programar melhor, em alguns aspectos, meu envelhecimento.

      Confesso que a leitura deste livro me fez repensar meu processo de envelhecimento e, mais que isso, entender o real significado do título desta obra.

      Aos leitores do “Morrer de sapatos”, espero que aproveitem todos os ensinamentos da       Ana Amélia e dos entrevistados para se programarem e usufruírem da melhor maneira a vida como ela se apresenta.

      Com carinho

Maria Lectícia Firpe Penna

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