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Capítulos Iniciais

Coração de Doutor

Capítulo 1 - Córrego Bahia

Adília Caliman Vaneli, uma mulher com muitos dotes e traços distintos, sabia ler e escrever, era pretendida por muitos solteiros e por mães que a desejavam como nora. Contudo, entregou seu coração ao jovem fino, educado e instruído André Vaneli para viver ao seu lado por toda a vida.

Por volta de 1947, o casal deixou a região de Castelo com destino ao Córrego Bahia, trazendo consigo os filhos José Valter, de uns 2 anos e, no colo, o recém-nascido Antônio Edino Vaneli, carregando o sonho de serem donos de um pedaço de terra.

Ali instalaram-se numa área plana ao pé da pedra de Santa Luzia, como meeiros do Pedro Lubiana, na perspectiva de juntar dinheiro para comprar um terreno, arrumar a vida e dar segurança aos filhos. O pai e os irmãos de André também moravam na região.

A casa era de alvenaria, com quartos, sala, cozinha e uma varanda. Não tinha energia e nem água encanada. Na frente, havia um quintal com uma parte descampada e outra coberta por árvores frutíferas: fruta-pão, jamelão, coité, jaqueiras e mangueiras. O terreiro era usado na secagem de café e sediava as brincadeiras da criançada.

André trabalhava na lavoura de café, plantava milho, feijão, arroz, banana e inhame para sustentar a família, que crescia com a chegada de um filho a cada dois anos. Ali nasceram Paulo, João Eurico (Lolô), Luiz Orlando (Lando), Maria de Lourdes e Maria da Penha.

Distantes da tecnologia, viviam com dificuldade na labuta do roçado e da capina, semeando e colhendo os mantimentos para alimentar a prole, cuidando para não faltar o necessário e sobrar amor e afeto.

André era trabalhador acostumado à dureza da roça, mas era um homem sereno, delicado, calmo e alinhado. Era gentil e educado para lidar com as pessoas e as diversas situações da vida. Vestia-se impecavelmente com camisas e calças limpas e engomadas, sapatos engraxados. Abotoava da primeira à última casa de botão, desde o punho da manga à aba frontal.

Usava capa e chapéu, especialmente quando montava a cavalo, mantendo a postura de homem habituado às boas maneiras. Atitudes que praticava com os filhos, dispensando a violência física e as ameaças, impondo o respeito pela autoridade e o exemplo.

A esposa Adília era bonita e prendada, acordava de madrugada com o farfalhar das árvores, o alvoroço dos pássaros e bichos. Adiantava o café para o esposo e preparava-se para os filhos pequenos, que logo acordavam reclamando o peito, um dengo ou comida.

Mantinha a casa asseada e arrumada, cuidava do marido e dos filhos, limpando, lavando, passando, costurando e cozinhando. Além da culinária básica de todos os dias, fazia pão, bolachas, pudim, cocada, bolo etc. Zelava pela saúde e educação das crianças. Criava porcos, galinhas e cultivava hortaliças.

Desenrolava suas atividades sem perder a serenidade. Raramente ficava exaltada. Ensinava os filhos com amor e paciência, corrigindo-os com mansidão e firmeza. Muito organizada, Adília montou um pequeno ateliê em um dos cômodos da casa onde costurava as roupas da família e aceitava encomendas para ajudar a comprar o essencial para o seu lar.

A maioria dos alimentos para o sustento da família eram cultivados. O que não produziam, tinham que adquirir das casas de secos e molhados na cidade mais próxima. Tudo era anotado em um caderno para pagar na colheita da safra seguinte.

Quando o quinto filho nasceu, o mais velho faltava um mês para completar 7 anos e o caçula, que era o Lolô, tinha 2 anos. Eram quatro crianças e um recém-nascido totalmente dependentes da mãe. Zé Valter, o mais velho, já ajudava em alguns serviços, como levar o almoço para o pai na roça e fazer algumas atividades domésticas.

No riozinho que margeava a cozinha, cresceu um robusto pé-de-manga-rosa, para o deleite das crianças. Nesta direção formou-se um poço devido à queda d’água, onde Lolô pegou uma traíra enorme, na visão de uma criança beirando os 4 anos de idade.

Essa, provavelmente, foi a primeira façanha realizada por Lolô alcançada pela sua memória. Outras lembranças dos seus primeiros 5 anos vividos no Córrego Bahia povoam a mente de Lolô: a disputa entre seu pai e o vizinho para catar o café de um pé no meio do valão, na divisa de lavouras; o canivete que perderam na fresta dos barrotes de madeira do paiol; o choro agonizante de uma criança que varou a noite; as varadas que tomou da mãe.

A terceira lembrança merece um destaque devido à inquietude e compaixão de Lolô diante do choro anônimo, que rasgava a noite para se alojar em seus ouvidos ferindo sua alma e tirando seu sono. E a dor foi maior quando, dias depois, soube que a criança tinha morrido e era o Nilton, filho de uma família vizinha. Durante anos o som daquele choro ecoou em seu coração e até hoje ressoa em sua cabeça.

Quanto ao corretivo que levou da mãe, além do registro, cabe uma explicação, pois mostra um pouco da personalidade de Lolô e a firmeza dócil de sua mãe, que não conteve esforços para educar os filhos na retidão, sendo enérgica quando foi necessário.

Neste dia, Adília estava em volta do fogão a lenha, provavelmente preparando o almoço para o marido, quando Lolô cismou de querer um chapéu e, por mais que sua mãe se esquivasse por causa da ocupação, acabou cedendo às insistências do filho.

Ao receber a peça produzida, Lolô chamou de casquete porque não tinha aba e nem bico, ficou inconformado e injuriado, voltando a teimar. Sua mãe ameaçou castigá-lo, dizendo que o deixaria sozinho em casa. Por rebeldia, quebrou os ovos de galinha e, cheio de razão, contou para a mãe, pois ele que tinha achado os ovos.

A mãe de Lolô foi para a roça levar merenda para o marido, deixando o filho em casa, mas ele a seguiu sorrateiramente. Meio desconfiado, aproximou-se achando que ela havia esquecido, sendo surpreendido com umas varadas nas pernas, mas tudo terminou bem.

E Adília encontrava tempo e disposição para contar histórias dos antepassados para os filhos, incluindo suas travessuras e as andanças dos seus familiares. Algumas passagens perenizaram-se na vida dos filhos, como a da queda do balanço de cipó, que deixou Adília desacordada com o impacto da cabeça sobre o chão.

André e sua esposa ensinavam as orações essenciais na vida de uma criança (Pai-Nosso, Ave-Maria, Profissão de Fé, Salva Rainha, Ato de Contrição, Ato de Penitência). Assim, quando os filhos ingressassem na catequese, já estariam preparados para receber os sacramentos no tempo certo (Batismo, Primeira Eucaristia, Crisma e Matrimônio).

Tementes a Deus e religiosos, rezavam o terço em família para agradecer e pedir a proteção divina, alimentando a fé e a esperança. Frequentavam as celebrações dominicais na Igreja católica São José no Centro de Governador Lindenberg, na época distrito de 51.  Andavam a pé uma distância de cinco quilômetros até à capela, carregando no colo os filhos menores.

Meu pai era muito caprichoso e zeloso com a família. Tinha preocupação com nossa formação e nossa saúde. Os dentistas passavam nas casas e papai pedia para olhar nossas bocas. Ele levou os filhos para passear no convento. E todos os domingos para a Igreja. Os vizinhos falavam que a gente andava em bando igual galinhola. (Lando Vaneli).

A religiosidade do casal e o temor a Deus, seja através dos ensinamentos e as orientações da mãe, seja pelo exemplo de mansidão e serenidade do pai, contribuiu para a formação do caráter e personalidade dos filhos, amparados pelo convívio pacífico, harmonioso e seguro cultivado até hoje.  André fazia parte da Liga Católica Jesus Maria e José.

Lembro que um dia estávamos ajoelhados, rezando o terço ao redor do banco, e eu peguei uma baga de amendoim, e mamãe me corrigiu falando que eu tinha que esperar terminar o terço e depois perguntar se era de alguém; se não fosse, podia comer. (Lando Vaneli).

Esses ensinamentos foram nortes na vida dos filhos, que se tornaram cidadãos de bem. Um deles, Lolô, formou a base da sua carreira profissional a partir dos testemunhos de religiosidade, cidadania e vida familiar de seus pais, por isso carrega em sua genética e em seu alforje os princípios, valores e virtudes para uma convivência social pacífica e fraterna.

Os sentimentos de solidariedade, fraternidade, compaixão e paciência permearam a trajetória de Lolô no trato e cuidado com as pessoas, importando-se com seu semelhante e na busca constante pela boa convivência, tendo como premissa nunca atacar e nem prejudicar o outro, sendo humilde o bastante para pedir perdão e tendo a grandeza de perdoar.

Os quase seis anos em que viveram no Córrego Bahia foi um período difícil, de trabalho árduo e poucos recursos, mas o vigor da mocidade de André e Adília ajudou a enfrentar os riscos da época: cobras venenosas, insetos transmissores de doenças, mosquitos, aranhas, escorpiões e outros animais peçonhentos. E conseguiram resguardar os filhos.

A casa cercada de vegetação era um abrigo atraente para os bichos ameaçados por algum inimigo da cadeia produtiva, outro animal ou o próprio homem. Portanto, era comum tropeçar em algum deles no interior da casa, no quintal ou no celeiro junto com os mantimentos.

O cuidado e as orações eram os principais meios de prevenção e proteção. Quando uma pessoa era envenenada, principalmente por picada de cobra ou escorpião, corria risco de morte, pois a via de acesso ao socorro era precária e muitas vezes encontrava a morte no caminho, encurtando a viagem.

As crianças, à medida que cresciam, buscavam seus espaços, alternando as brincadeiras e assumindo suas responsabilidades dentro da família.  A diversão preferida era fazer cetra, produzir pelotas como munição e confeccionar gaiolas para pegar ou caçar passarinhos.

A produção de pelotas iniciava com a escolha da terra que, ao ser misturada com a água, daria liga. Era um processo parecido com a confecção de um bolo, com a dosagem certa dos ingredientes. Assim, adicionavam água ou terra até a massa ficar no ponto para o corte em pequenos pedaços a serem enrolados até formar bolinhas. Eram secadas sob o calor do sol, no forno do fogão a lenha ou algum fogareiro improvisado.

Os filhos aprenderam cedo a produzir os próprios brinquedos, fazendo carrinhos, ferramentas e armas de madeira, desenvolvendo habilidades artesanais que ajudariam a trilhar um caminho no futuro, seguindo o exemplo do pai, que era um artesão nato.

André fazia muitas ferramentas que utilizava em seu ofício. Tecia o bambu ou taquara transformando em balaios para carregar mantimentos com a mula; preparava cangalhas, utilizadas no transporte de cargas e construía plainas para o remate de madeira.

Movidos pelo desejo de oferecer o melhor para os seus sete filhos, André e Adília decidiram deixar o Córrego Bahia e buscar novas oportunidades em outras terras promissoras.

Capítulo 2 - Barra do Primavera

Lolô chegou a Barra do Primavera, município de Rio Bananal, por volta de 1957, aos 6 anos de idade, juntamente com seus pais e seus seis irmãos, procedentes do Córrego Bahia, onde nasceu.

A propriedade era dos avós paternos, Antônio Vaneli e Rosa Salaroli, que assentou todos os filhos. Os pais de Lolô cuidavam de uma parte e ainda pegavam café “a meia” com o Fracaroli, cujo terreno ficava na divisa entre eles. A casa ficava do lado de baixo da estrada, próxima ao rio e sombreada pelos pés de mangas e fruta-pão.

No rio foi instalado um batedor feito de madeira para a lavagem de roupa. As vasilhas eram lavadas numa gamela sobre um suporte de madeira embaixo da janela da cozinha, abastecida pela água canalizada de uma bomba mecânica movida por força humana. A água era tirada de uma cacimba cavada à mão.

O sentimento de nostalgia que tomava conta das crianças por ter abandonado o mundo construído no Córrego Bahia foi logo substituído pelo afeto dos avós, o espírito desbravador e interesse em explorar o novo universo diante deles. Assim foram descobrindo os espaços geográficos e sociais: rios, árvores, igreja, escola, novos colegas e, em pouco tempo, se adaptaram ao ambiente e à rotina do lugar.

Andavam a pé seis quilômetros para participar das celebrações todos os domingos na Igreja de Santo Antônio. A exemplo do que faziam no Córrego Bahia, saíam em bando e, no meio do caminho, juntavam-se a outros peregrinos devotos.

O avô paterno descansou da vida terrena quando Lolô tinha uns 7 anos. Era festa de São Sebastião e, como devoto, ele participou da missa e dos festejos. No outro dia, foi tomado por uma dor de cabeça forte, tiveram de chamar o farmacêutico Egydio Travaglia, mas faleceu logo depois, vítima de derrame cerebral.

O luto de cada um foi guardado ao seu modo. Os adultos ocupavam-se com as responsabilidades diárias. As crianças aliviavam a dor com as pequenas tarefas e as diversões, seguindo o ciclo da vida. A viúva recolheu-se em casa com o filho caçula Izidoro e a nora Ida.

O entretenimento de Lolô e seus irmãos ficava por conta das brincadeiras e travessuras, como caçar, pescar, fabricar os brinquedos, preparar pelotas, jogar bola de gude, moer cana queimada para fazer piquenique com os colegas e jogar víspora na Igreja. Pegavam passarinhos para prender em gaiolas ou viveiros fabricados por eles. Pescavam muito piau no rio perto da casa do avô.

As cetras eram feitas de borracha de câmara de ar de caminhão ou bicicletas, que a avó cortava com tesoura. Ela fazia as tiras sem defeitos; tinha boa coordenação. Os ganchos eram de galhos selecionados com as curvaturas adequadas.

Juntos, descobriam as diversões na simplicidade, como rolar alguém numa roda de carro ou fazer, de um pedaço de pau, um cavalo, bem como sentar-se no balanço embaixo de uma frondosa mangueira e transformar-se num pássaro para sobrevoar o universo da imaginação.

Lolô e seus irmãos, acostumados desde cedo a trabalhar, ajudavam o pai nas atividades da roça como capina, plantio de arroz e feijão, além de cuidar das criações (galinhas, porcos, cabras e vacas) para a subsistência.

Estavam na roça José Valter, Nedi, Paulo e Lolô diante de uma vasta e diversificada vegetação repleta de matos, que tombavam sob a pressão afiada da enxada como máquinas mortíferas, quando, de repente:

“O cabo não aguentou”.  Ergueu a enxada em uma mão e a peça de madeira na outra, exibindo para os irmãos.

“Lolô fez de propósito”, falou Nedi com tom de voz grave. “Fez isso para ir para casa.”

“Vou contar para mamãe que está me chamando de preguiçoso”, disse com voz chorosa, saindo apressado e resmungando. “Vou voltar para capinar minha parte, pode deixar.”

Os três gargalharam vendo o irmão desparecer na curva do caminho que escondia a casa. Sem esperar pela volta de Lolô, continuaram a capina até tombarem os matos.

“Terminei primeiro!” Zé Valter deu a última enxadada, arrastando a restinga misturada com terra e sacudindo com o pé.

“Sua enxada é mais afiada e o cabo mais leve”, justificou Paulo, queixando-se.

“O trilho e a marreta que papai usa para amolar é o mesmo”, riu Zé Valter, engrandecendo-se: “Eu que sou mais esperto, mesmo”.

“Acabei também”. Nedi, enxugou o suor do rosto com a manga da camisa e depois abanou-se com o chapéu de tecido confeccionado pela mãe.

Em casa encontraram Lolô embaixo de uma mangueira, entre o galinheiro e o chiqueiro, sentado num banco de madeira rústica, manuseando alguns utensílios e pedaços de madeira sobre uma mesa.

“Bem que você disse, Nedi”.

“Eu sabia, Paulo, que ele só queria fugir do serviço”, concordou o irmão.

“Pelo menos está ajudando a mamãe”, intermediou José Valter num tom apaziguador e, voltando-se para Lolô, perguntou: “Já consertou a enxada?”.

“O almoço ainda não ficou pronto”. — Adília surgiu na porta da cozinha.

“Terminamos de capinar o pedaço que papai pediu e a gente veio ajudar Lolô a consertar a enxada”.

“Eu já estava voltando para ajudar vocês, mas mamãe pediu para acertar os cabos do canecão e da frigideira”.

“Já que vocês estão animados, capinem os matos em volta do quintal, limpem o chiqueiro e debulhem um pouco de milho”.

“Tudo isso?”, reclamou Paulo.

“Quando terminar a gente pode fazer gaiola?”, pediu Nedi.

“Está bem”. A mãe concordou, recolhendo-se no interior da casa.

Além das habilidades artesanais, Lolô tinha gosto pela escrita e leitura, buscando ocupar-se com atividades que exigissem mais raciocínio ou tarefas com menor esforço físico. Por isso, sempre que podia, escapava do serviço árduo da roça para consertar utensílios.

Alternava as tarefas dadas pelos pais entre os serviços de roça e os reparos domésticos. Tinha o hábito de anotar lembretes, escrever textos, copiar versículos bíblicos, receitas e letras de músicas. Enchia as linhas do caderno com tinta ou grafite, exercitando sua caligrafia e seu conhecimento.

Lolô encontrava na leitura uma forma de aprendizagem. Lia tudo que tivesse oportunidade e acesso. Anos depois, leu a Bíblia Sagrada do prefácio ao epílogo, absorvendo ensinamentos que sustentaram sua trajetória de vida profissional, social e familiar.

Quando tinha uns 10 anos de idade, Lolô foi acometido por um mal-estar, tendo febre forte, diarreia e vômito. Nem remédio caseiro e nem de farmácia controlava os sintomas. Adília tentara vários chás, sem resultado, aumentando sua aflição e a do esposo.

A cada dia o corpo inchava mais, a pele ficava mais amarelada e tirava o apetite dele, passando a ingerir mais comidas salgadas e outras guloseimas. Por causa da dificuldade financeira, seus pais não sabiam o que fazer. Temiam pela vida do filho. Ficavam cada vez mais angustiados e impotentes. Sofriam na inércia vendo o filho definhar.

Decidiram levar o menino para Linhares numa consulta com Dr. José Palmeira, que o encaminhou para Vitória. As conversas ao seu redor, entre os pais e o médico, ressoavam em sua mente, alojando-se em seu coração, sofrendo calado: “O menino não vai escapar”. Nesse momento, agarrou-se firme a Deus, entregando-se mentalmente em oração.

Ficou 15 dias internado no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, acompanhado do pai e do irmão mais velho José Valter. As acomodações para os acompanhantes eram muito humildes, e eles juntaram as duas cadeiras de madeira para descansarem no resto da noite. A refeição do acompanhante era dividida entre os dois.

Lolô observava atentamente o movimento dos profissionais, médicos, enfermeiros, zeladores e assistentes na aplicação dos medicamentos. Admirava o tamanho da responsabilidade de cada um e a vulnerabilidade dos enfermos ali nos leitos. Muitas vidas dependiam desses profissionais.

Nesta ocasião receberam o apoio de Eurico Caliman, tio materno de Lolô, que foi muito prestativo, pagando parte das despesas do hospital e outros custos de deslocamento.

O menino animado e disposto voltou para casa, retomando suas tarefas e responsabilidades, assumindo seu papel junto aos colegas nas rodas de diversões. Desprendido e sem vaidade, Lolô realizava-se nos acontecimentos corriqueiros, sentindo-se feliz com o aconchego da família vindo da convivência com os avós, tios, irmãos e seus pais. Era uma criança feliz.

Pensando no futuro dos filhos, André e Adília decidiram mudar para Santo Antônio, pois acreditavam no desenvolvimento do distrito e, com isso, no crescimento profissional dos filhos.

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